Paulo Saldiva: não há legado Olímpico

Matéria do Jornal O Globo, replicando notícia de hoje (1/8) no The New York Times, afirma que o ar do Rio de Janeiro é ‘sujo e mortal’.  A reportagem da agência de notícias Reuters foi publicada no jornal americano e afirma que a Olimpíada não trouxe ar_dio_riomudanças nessa área, como havia sido prometido. A equipe da Reuters fez um teste com a ajuda dos pesquisadores Paulo Saldiva e Mariana Veras. Paulo Saldiva é um dos destaques do Seminário Mobifilm, realizado pela ANTP.

O texto lembra que, ao se candidatar para receber os Jogos, o governo do Rio garantiu que a qualidade ao ar da cidade estava “dentro dos limites recomendados pela Organização Mundial da Saúde”. Com base em dados oficiais e em um teste próprio, no entanto, a reportagem ressalta que essa afirmação não era verdadeira em 2009, ano da escolha do Rio como sede, e continua não sendo hoje.

Uma das base para o cálculo é um índice da OMS sobre as particulares inaláveis (também conhecido como PM 10). O ideal, segundo a organização, é que o PM 10 das cidades não passe de 20 por metro cúbico.

O Rio, no entanto, teve média de 52 entre os anos 2010 e 2014, de acordo com dados do Instituto Estadual do Ambiente (Inea). É o segundo pior índice entre seis sedes olímpicas analisadas, perdendo apenas para Pequim-2008, que teve um PM 10 de 82.

Nenhuma cidade, no entanto, ficou abaixo do nível recomendado pela OMS. Quem chegou mais perto foi Londres-2012 (23) e Sydney-2000 (24), seguidas por Atlanta-1996 (28). Em Atenas-2008, o índice foi 44.

ESTRUTURAS OLÍMPICAS TESTADAS

Além disso, a equipe da Reuters também fez um outro teste, com a ajuda dos pesquisadores Paulo Saldiva e Mariana Veras. O alvo foram as partículas finas (PM 2.5).

A agência realizou 22 testes, de uma hora, em diversos lugares: na Vila dos Atletas, na Arena de Vôlei de Praia, em Copacabana e no Engenhão.

O Estádio Olímpico do Engenhão teve a pior marca: 65. Em Copacabana, o índice foi 57, e, na Vila dos Atletas, 32.

A prefeitura do Rio informou à Reuters que alterações no transporte público vão reduzir a poluição no ar, e citou a criação do BRT, mas Saldiva afirmou que não há legado olímpico.

— Muita atenção tem sido dado à poluição da água do Rio, mas muito mais pessoas morrem por causa da poluição ao ar. Você não é obrigado a beber água da Baía de Guanabara, mas é obrigado a respirar o ar — afirmou o especialista à agência.

A OMS não disponibiliza um índice de PM 2.5 para testes de uma hora, apenas o nível médio para um dia (10) e para um ano (50).

(Fonte: O Globo)

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